Vicios do Corpo e da Alma

Vicios do Corpo e da Alma
Ah! Se a alma tivesse de combater só o corpo?!

domingo, 11 de outubro de 2009

O Palhaço e o Circo

Saiu de casa com destino ao Mundo!!!
Queria mudar sua vida...fazer algo em grande!
Gostaria de proporcionar alegria e cor aos outros...algo com liberdade de movimentos.
Mas que podia fazer!
Como alcançar algo desta importância?
Pensou...imaginou...mas nada com cor lhe ocorria.
Nisto passa uma criança, vestindo um fato muito colorido, a tocar uma corneta e a fazer brincadeiras.
Ele achou graça. Riu e riu muito.
«Ó, como é tão bom rir!» - pensou ele. E continuou a rir.
De repente, ocorreu-lhe algo mágico: visualizou um Circo!
«Magnifico - pensou, uma vida itenerante, livre, animais...como gosto de animais.
Amigos, muitos amigos e habilidosos amigos! Publico, crianças! Como ele adorava as crianças, o seu riso, as gargalhadas sem sentido, mas refrescantes.
O que podia fazer por elas, para continuar a aouvir as suas gargalhadas?
Era isso!!! ìa ser Palhaço! Um Palhaço no Circo!
E assim foi, e foi magnifico.
Percorreu e encantou o Mundo e todo o Universo.
Riu e fez rir...Fez rir tantas crianças que se entia iluminado pelo som das suas gargalhadas.
Como as crianças o adoram!
Não por ser um Palhaço num Circo, mas pelo Palhaço que era no Circo.
Agora, no Circo, todos esperam anciosos a chegada do Palhaço.
O circo é um mundo magnifico: é vida, é luz, é cor, é riso, gargalhadas, aplausos...
«Ó como são boas as gargalhadas, elas dão-me corda à imaginação. E os aplausos são tão gratificantes» -pensava ele sempre que entrava em palco - «Ser Palhaço é um Dom da Vida e uma Vida com Dom... O Circo é a minha vida e ser Palhaço é o meu alimento».

Raquel Giestas

Ninho de Amor

Abro a janela do quarto deixando que o ar me envolva.
O cheiro a terra molhada mistura-se com os móveis velhos e ressequidos pelo tempo.
Recordas aquele sofá todo florido?
Como brincávamos com as flores?! Agora estão murchas!!
Sim, o quarto está por arrumar, tal como tudo dentro de mim...
Caíu uma lágrima, mistura-se com o pó do soalho.
Há teias de aranhas pelo quarto... e também nas minhas recordações!!!
O tempo passou, mas os meus sentimentos continuam confusos e contraditórios.
Tanto pó, tanta terra, mas para quê limpar se tu não vens!
Nas paredes encontram-se os bilhetes que escrevemos e todos os poemas que cantámos;
Nas prateleiras todas as ilusões que juntos guardámos!
Recordas aquele quadro que fizes-te de mim? Como era belo! Continua no mesmo lugar.
Como foram bons aqueles dias!
Espera, oiço risos ecoando pelo quarto.
Aquela musica! AH, a nossa musica!
Não, não te vás embora, fica comigo um pouco mais!
Miragens surdas, partidas da emoção de estar aqui, apoderam-se de mim.
A arvore que se avista da janela pergunta por ti.
Também ela chora a nossa partida.
Estamos gravados no seu tronco, recordas? Foi naquele dia que...
As recordações atordoam-me.
Vou sair daqui e não voltar mais, repito eu à minha mente...
Mas algo me acorrenta aquele lugar!!.
Olho o quarto por uma última vez...
Penso em nós pela ultima vez!
Fecho a porta. Corro...atravesso o jardim.
Na rua, minhas pernas tremem, meu coração bate apressado,
As recordações ficaram presas no porão...
Respiro fundo... muito fundo!
Sorrio e uma nova vida começa para mim.

Raquel Giestas