De poetisa eu me mascaro,
E na brincadeira avancei,
Que estilo será caro,
Quais as Máscaras que vestirei?
Não sei o que hei-de abordar,
E apelo à inspiração,
De que Máscaras vou falar,
Neste tema de ocasião!
Mascara sem rosto
És tristeza iluminada
És um ser deposto
És alegria inanimada
Máscara sem corpo
Caminhando pela multidão
Pareces um ser morto
Em profunda peregrinação
Máscara de Veneza
Tão rica e cuidada
Tem um toque de fineza
Quem a usa tão delicada
Máscara que ris
E que tudo encantas
Tornas tudo tão feliz,
Por onde passas, por onde andas
É a Máscara do contentamento
A festa da realeza
Há quem a leve no momento
E ofusque a sua tristeza
Vamos pé ante pé
A nossa Máscara colocar
Há quem não tenha fé
E não a saiba usar
Máscara, criação fantástica,
És diabólica e feiticeira.
Crias uma imagem bombástica
E tornas-te uma boa companheira.
Encaras o satírico
E dás alento ao sagrado,
Tens um valor empírico
E envolves-te em pecado
Envolta em mistérios
És terror e irrisão,
Traduzes outros critérios
À verdade e à ilusão.
No Carnaval és divertimento,
Em Atenas és tradição,
Seja qual for o teu evento
És Máscara por vocação.
Em África és decorativa,
És usada como crença espiritual.
Em Roma tens origem recreativa,
E és elemento cultural.
Em África, Máscara de madeira
Representas deuses e génios,
Em cerimónias derradeiras,
Vens sobrevivendo há milénios.
Raquel Giestas